Eis um depoimento simples e poderoso sobre a nossa condição real de seres finitos, que pode ajudar — muito — a abrir nossos olhos para a vida: a gaúcha Ana Beatriz Cerisara, no vídeo com 60 anos, que residia em Florianópolis, deu esse depoimento sobre sua situação e da sua doença terminal, seis meses antes de vir a falecer no dia 24 de março de 2018,  nos dando a rara possibilidade de contemplar mais profundamente a vida e a morte do seu ponto-de-vista. A morte como gratidão à vida, como aceitação da finitude, como não desistência e como amor próprio. Um vídeo especial, pela simplicidade, por Ana ser franca, ao mesmo tempo vulnerável e corajosa, sem música de fundo nem efeitos especiais, com o foco no poder do depoimento e da vida como ela é. A finitude da vida e a impermanência na natureza né uma das verdades mais transformadoras que existem, que precisam ser incluídas nos processos terapêuticos e nos trabalhos de auto-conhecimento.

Ana Bea, como era conhecida, foi diagnosticada com câncer no intestino em 2016, e pelas poucas chances do tratamento tradicional, resolveu viver os dias que lhe restavam sem ele. “Estou pronta para morrer. Não estou desistindo. Apenas não quero ficar viva a qualquer preço”, disse ela à revista Veja, no depoimento que se popularizou logo depois.

Recomendo assistir a esse vídeo quando você tiver o tempo necessário para assisti-lo — 11 minutos — e para contemplar o que pode ser manifestado em você, pelo tema, pela história e pela raridade humana do vídeo. Se você tiver no carro ou correndo de um lugar para outro, talvez seja melhor deixar pra depois. Em respeito à Ana, a essa experiência tão importante e a você mesmo.

Que todos possamos estar em paz com quem somos. Um obrigado amoroso à Ana.

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