“As coisas que você precisa na vida são aquelas que irão lhe ajudar a preecher seu propósito dominante. As coisas que você pode querer mas que não precisa pode lhe levar pra longa do seu propósito. Somente ao fazer que tudo sirva seu propósito principal é que o sucesso é alcançado”.
— PARAMAHANSA YOGANANDA (1893 – 1952)

Propósito de vida é um assunto cada vez mais necessário e principal, e um tema cada vez mais recorrente em terapia, justamente pela quantidade de distrações e “coisas que você pode querer” que estão sendo oferecidas pela cultura moderna. Sem contato com um propósito dominante e sem conseguir alinhar seu empenho, tempo e energia para ele, perde-se facilmente nas ofertas que a indústria do entretenimento e do supérfluo faz hoje tão veementemente, de tantas e eficientes formas.

O Yoga tem uma visão específica e objetiva sobre o propósito do ser humano nesta vida, mas sinto que no estado atual das coisas, estamos dois passos atrás. E para falarmos disso temos que dar chance do propósito dominante aparecer. Para que isso possa acontecer na vida de cada indivíduo, é necessário e urgente que se faça espaço íntimo e pessoal, espaço de tempo e de espaço, espaço de não fazer e de silenciar, espaço de meditação ou, no mínimo, de silêncio em quietude interna. Sem isso, todo propósito estará asfixiado pela avalanche initerrupta de movimento de cada indivíduo neste mundo imparável.

“É difícil achar sentido na vida quando se está muito condicionado pelo mundo”, dizia Claudio Naranjo. O remédio mais imediato neste caso é o descondicionamento. O excesso de movimento, ocupação, entretenimento, distração e aceleração leva qualquer ser humano ao adoecimento e exaustão, mas não é necessário que esperamos a chegada dos estados patológicos.

Depois que esse estado é alcançado, ou ao menos significativamente iniciado e sustentado, o propósito de vida pode surgir dentro de cada um. A visão fica clara, o contato com os próprios sentimentos e inclinações naturais aparece, a inteligência pode entender o que aparece, e enfim pode-se criar o empenho e o sentido que Yogananda cita neste trecho.

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