O psicólogo americano Abraham Maslow (1908-1970) é uma das referências que inspira e norteia nosso trabalho. Veja o trecho do discurso abaixo, sobre a saúde além dos sintomas.

“Estou rejeitando deliberadamente nossa atual fácil distinção entre doença e saúde, pelo menos no que diz respeito aos sintomas superficiais. Estar doente significa ter sintomas? Agora eu afirmo que doença pode consistir em não apresentar sintomas quando você deveria. Saúde significa estar sem sintomas? Eu nego isso. Qual dos nazistas em Auschwitz ou Dachau estavam saudáveis? Aqueles com consciência ferida ou aqueles com uma consciência tranquila, clara e feliz? Era possível para uma pessoa profundamente humana não sentir o conflito, o sofrimento, a depressão, o ódio, etc?

Um exemplo é a atitude mutante dos psicólogos sobre a popularidade, sobre o ajustamente, até mesmo sobre a delinquência. Popular para quem? Talvez seja melhor para um jovem ser impopular com uma vizinhança de esnobes ou com as pessoas do clube country. Ajustado a que? A uma cultura má? A um pai tirano? O que deveríamos pensar de um escravo bem ajustado? Um prisioneiro bem ajustado? Mesmo o garoto com problema de comportamento está sendo visto com uma nova tolerância. Por que ele é delinquente? Quase sempre é por razões doentias. Mas ocasionalmente é por boas razões e o garoto está simplesmente resistindo à exploração, dominação, desprezo e violência. Claramente o que será chamado de problema de personalidade depende de quem está nomeando. O dono do escravo? O ditador? O patriarca? O marido que quer que sua esposa permanece infantil? Parece bem claro que os problemas de personalidade podem às vezes ser protestos em voz alta contra o esmigalhar dos ossos psicológicos de si mesmo, de sua verdadeira natureza interior”.

Abraham Maslow, em “Personality Problems and Personality Growth”, um ensaio em The Self : Explorations in Personal Growth (1956) por Clark E. Moustakas, p. 237, publicado posteriormente em Notes Toward A Psychology of Being (1962).