A auto-culpa só pode ser transformada pela compreensão de como seu sentido de quem você é e como as opções abertas a você são determinadas por suas experiências e crenças do passado. Para fazer isso, você precisa enfrentar algumas perguntas importantes. Você é capaz de reconhecer como você se define através de um padrão familiar de sentimentos, conflitos, comportamentos e suposições? Como você veio a se conhecer desse jeito? Você sempre se envolve nas mesmas batalhas para provar seu valor, para ganhar o amor dos outros e para sentir-se merecedor de descanso e relaxamento? Há alguma parte de você que não está sujeita à crítica das vozes internas? O alívio do seu sofrimento não e uma questão de melhorar o que você pensa que tem que fazer. É sobre descobrir primeiramente como você chegou aonde está agora.
— Byron Brown, em “Soul Without Shame” (sem edição em português ainda)

Quem está ou já fez terapia com a nossa abordagem conhece bem essas perguntas e já criou um mínimo de interesse fundamental em descobrir como se chegou aonde chegou. Qual a gênese do seu processo íntimo e particular de carência, insuficiência, culpa ou seja qual for a questão que desorienta a presença do seu ser. Byron Brown é um eminente terapeuta do “Caminho do Diamante“, a abordagem criada por A. H Almaas através da Ridhwan School, voltada ao auto-conhecimento de uma maneira contemporânea, que une diversas técnicas com o objetivo de revelar a essência do ser humano. Esse trecho acima está no livro “Soul Without Shame“, que Byron Brown publicou em 1999 e com o qual roda os Estados Unidos com workshop que explora esse caminho.

Em muitas correntes terapêuticas há infelizmente uma orientação natural para o conserto dos problemas, para metas, para “desenvolvimento pessoal”, para o positivismo e suas variantes. Com isso se ignora a contemplação fundamental do processo neurótico em si, sua criação, sua manutenção, sua sobrevivência e soberania no sistema individual de cada um. “Como eu cheguei até aqui” é o caminho que faz exatamente isso. Não só permite a conscientização profunda de uma série de aspectos internos, de contexto histórico, familiar, social, etc, mas também abre possibilidades de reconciliação e libertação, outros dois aspectos fundamentais no caminho da saúde de qualquer pessoa.

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