“A aceitação (junto com o conceito relacionado de disposição) envolve fazer contato pleno com experiências internas sem tentar escapar, mudar ou controlar estes eventos. Aceitação não implica gostar ou querer, nem significa desistir, entregar ou se resignar. Colocando de maneira simples, a aceitação significa considerar gentilmente o que quer que apareça. No início, os clientes geralmente reclamam dessa idéia aparentemente contra-intuitiva, questionando porque iriam escolher aceitar dor física ou emocional. A Terapia de Aceitação e Compromisso sugere duas razões: porque se debater para evitar a dor é ineficiente e geralmente amplifica o sofrimento, e porque a aceitação geralmente facilita a tomada de ações no sentido de viver uma vida de valores.
Considere por exemplo um cliente que usa álcool para entorpecer emoções não desejadas. Enquanto isso pode parecer “funcionar” de maneira imediata, o álcool tipicamente intensifica as experiências emocionais negativas a longo prazo. Além disso, o uso do álcool provavelmente interfere com o homem que o cliente quer ser, talvez um bom amigo, um pai afetuoso, um empregado dedicado, um cidadão responsável. A aceitação de emoções não-desejadas, por outro lado, permite ao cliente observar e incluir sua experiência emocional, desconfortável que seja, para que possa fazer escolhas diferentes e com valor, talvez como ir ao jogo do filho ao invés de se dirigir ao bar.”
— Jill Stoddard & Niloofar Afari, em “The Big Book of ACT Metaphors” (2014)