O trecho a seguir é atribuído ao místico armênio Georges Ivanovich Gurfjieff, conhecido filósofo, artista e visionário que trabalhou com o Eneagrama em esferas anteriores à Psicologia, e que criou um processo de auto-conhecimento conhecido como “O Quarto Caminho” (em alusão aos caminhos de despertar humano anteriormente conhecidos do iogue, do monge e do faquir).

“Vemos um crescimento do automatismo. As culturas contemporâneas exigem autômatos […] Uma coisa é certa, que a escravidão do ser humano cresce e se intensifica. O ser humano está se tornando um escrevo voluntário. Ele não mais precisa de correntes. Ele está se tornando adepto da sua escravidão, a ser orgulhar dela. E essa é a coisa mais terrível que pode acontecer a um ser humano”.

— G. I. Gurdjieff (1866-1949), citado por P.D. Ouspensky, no livro “Em Busca do Milagroso”.

O automatismo é uma função da inconsciência (o que aqui não equivale ao inconsciente). O automatismo é a ausência da consciência de si mesmo e de estar consciente de si mesmo. Só assim o automatismo, como a repetição desassistida (pela consciência) de pensamentos, sentimentos e atos, consegue se perpetuar e se expandir. Uma das dimensões mais cotidianas e frequentes do sofrimento humano é o viver automático e inconsciente, incorrendo em frustrações, enganos e infelicidades frequentes, e a repeti-las como se não fossem fruto da sua própria atitude (interna e externa).

Enxergar e compreender o próprio automatismo é a chave para sair dele, e o próprio Gurdjieff defendia que uma das melhores coisas que se podem fazer nesse sentido é buscar a ajudar de uma outra pessoa, ou de um grupo (não necessariamente terapêutico, mas possivelmente também). O automatismo é um ponto cego difícil de ser visto pela própria pessoa.

/////////